segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Faixa 38 (históricos III)

Ano de Colheita: 1995

Faixa 37 (boas notícias)

Como nem só de rock se fala por aqui deixo-vos esta chamada de atenção. Carlos do Carmo apresenta-se como um dos candidatos aos prémios Goya, na categoria de melhor canção original. O «Fado da Saudade», que consta da banda-sonora do filme «Fados», realizado por Carlos Saura foi o nomeado. A cerimónia vai decorrer em Madrid, no próximo dia 3 de Fevereiro.
Razões pelas quais Carlos do Carmo deve receber este prémio? Todas: uma carreira ímpar, uma voz como já há poucas e uma modernidade impressionante. A película do cineasta espanhol contou ainda com participações sublimes de artistas menos próximos da área do fado como o caso de Caetano Veloso e Chico Buarque, bem como as interpretações pungentes de Camané e Mariza.
Num ano excepcional, mais um, na carreira de Carlos do Carmo, o álbum de originais, intitulado «À Noite», é pura e simplesmente fabuloso. O fado é grande parte da nossa cultura e ver Carlos do Carmo reconhecido em Espanha é uma boa forma de começar a semana.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Faixa 36 (históricos II)

Ano de Colheita: 1975

Faixa 35 (dias negros)


Nunca fora notícia antes, não desta forma. A morte de um atleta em campo, a morte em directo a entrar na casa de todos nós como se de repente a vida se transformasse num filme de terror. Sentado num sofá, vi Miklos Fehér sorrir quando Olegário Benquerença lhe mostrou o cartão amarelo, vi-o dobrar-se e cair, vi o desespero e as massacrantes imagens de um homem estendido e derrotado por aquilo a que muitos chamam de destino. Desaparecia não um jogador de futebol mas antes um jovem com uma vida inteira pela frente, desaparecia não um jogador do Benfica mas um ser humano, ali, em directo perante os meus olhos e os de tantas outras pessoas.
Seja Fehér, Marc-Vivien Foe, Hugo Cunha, António Puerta ou qualquer outro comum mortal, a única certeza é mesmo que pode acontecer a qualquer um.

P.S. - Eusébio da Silva Ferreira faz hoje 66 anos e conhecendo-o tenho a certeza que desde há quatro anos que este dia tem outro significado.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Faixa 34 (históricos I)

Ano de Colheita: 1983

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Faixa 33 (coisas velhas mas educativas)

Em 1912 Portugal participou pela primeira vez nas Olimpíadas. Em 1912 morreu pela primeira vez um atleta nas Olimpíadas.
Em 1912 morria Francisco Lázaro, aos 21 anos, debaixo de um sol abrasador.
Por isto, o dia 12 de Julho fica assim tristemente marcado no modelo desportivo imaginado pelo barão Pierre de Coubertain.
José Luís Peixoto, no seu livro Cemitério de Pianos, deixa algumas referências sobre o assunto mas a melhor que encontrei foi esta, no que toca aos dias de hoje:


As might have been feared, the Marathon Race of the Fifth Olympiad was not to be run with impunity beneath the rays of an almost tropical sun, and several of the 68 competitors suffered very greatly from the heat. One poor fellow, indeed, who had started in the best of health, was struck down by the sun and never recovered. This was the Portuguese, Lazaro, who, after having covered the great part of the distance in the best condition, suddenly staggered and fell, and, after being attended to by the medical men who were immediately called to the spot, was taken to the Seraphim Hospital. There the doctors did their utmost for the unfortunate man, no means for his restoration being left untried. (…)

in The Olympic Games of Stockholm 1912, Official Report

Nota do Redactor: Felizmente que o Seraphim Hospital não ficava em Portugal.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Faixa 32 (razões para protestar)

Se és jovem, de meia-idade, três terços de idade, ou estás quase morto;

Se acreditas em Deus, no Diabo, em Maomé, ou em Jah;

Se achas que ainda te reformas aos 65 anos e vais poder gozar uns anitos - é favor não bater a bota previamente - antes da inevitável visita ao cemitério;

Se crês que é desta que a economia não vai afundar, que o Benfica vai ser campeão, que podes acreditar piamente e assobiar alegremente tendo, por exemplo, um ministro da Saúde, que vai à televisão - magnífica a entrevista de Correia de Campos a Mário Crespo na SIC Notícias - dizer que "só em em Anadia é que há descontentamento na Saúde"... então meu caro:

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Faixa 31 (mania das grandezas)

Para quem gosta de casa de banho privativa aqui fica o último grito:

Foto: minha (somewhere in Tunisia)

Faixa 30 (metal heart)

Ando há 29 faixas a pensar quando será a altura certa para falar de uma banda que não marcou propriamente uma geração, é desconhecida para a maior parte das pessoas, metaleiros incluídos, pimbas e betinhos certamente: os Accept.
Nascidos no final dos anos 70 do século passado na Alemanha, com o suporte de Udo Dirkschneider – na sua loucura em palco – e sobretudo na arte de Wolf Hoffmann, guitarrista de eleição que tratou, em 1985, de provar que a linha que separava o heavy metal e a música clássica era muito, muito fina. Metal Heart chegou-me às mãos no formato de um disco de vinil gravado ao vivo chamado Kayzoku-Ban em 1986, um ano depois do original Metal Heart ter sido editado. O que hoje pode parecer uma lamechice pegada não o era na altura, aliás não conheço ninguém que tenha ouvido a abertura da música inspirada na obra de Tchaikovsky… e de um solo de guitarra agarrando, virando do avesso e melhorando – dependendo do ponto de vista – a obra de Beethoven, Für Elise, sem se arrepiar.
Esta será sempre a minha música de eleição, com a vantagem de, a única versão cópia/versão de jeito desta música ter sido gravada em 1998 pelos nórdicos Dimmu Borgir, um Metal Heart versão black metal que mantém a originalidade conseguida em 1985 pelos Accept.
Vem isto a talho de foice porque o Pedro Olavo Simões apanhou – e bem – uma troca de galhardetes simpáticos – verdadeiramente - entre mim e o André Carvalho, em causa estava uma versão inenarrável e muito, muito moderna de Jump, dos Van Halen, com um David Lee Roth irreconhecível, um tanto ou quanto atarantado até – obrigado Azeitonas – para não dizer outras coisas, talvez ofensivas, sobre o assunto.
Razão tinha o Udo quando um dia disse, respondendo à pergunta: “os Accept vão fazer novas músicas em conjunto?”, usou um rotundo “não!” explicando que sabia que as pessoas queriam um novo disco dos Accept mas que “isso seria um problema porque compor novas músicas juntos seria um desastre. Se seguíssemos esse caminho iríamos destruir mais do que poderíamos criar”.
David Lee Roth não criou nada de novo mas lá que destruiu a imagem utópica que uma geração inteira tinha de uma música, isso já ninguém lhe tira.



P.S. Os Accept não fazem nada de novo desde 1996, nem sequer versões cor-de-rosa de Fast As a Shark, felizmente.

Faixa 29 (aqui estava-se bem)

Foto: minha

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Faixa 28 (contas mal feitas é o que é)

Portagem na A8 entre Loures e Malveira em Dezembro de 2007: 0,70 euros
Portagem na A8 entre Loures e Malveira em Janeiro de 2008: 0,75 euros

Moral da história: 2,1 por cento de inflação só mesmo nos sonhos de alguém ministerial.

Perguntas idiotas feitas na portagem com respostas ainda melhores:
Sabe quando vão aumentar as portagens nesta autoestrada (A21 entre Malveira e Mafra)?
Olhe acho que só vai subir em Maio ou então em Fevereiro.

Depois de uma resposta destas já não tive coragem de perguntar mais nada porque amanhã pode chover mas se não chover faz sol mas se chover é porque não vai haver sol porque...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Faixa 27 (747)

Para o André, grande sportinguista que, tal como eu benfiquista, lá se vai aguentando às desgraças, fica o oposto do que me ofereceu durante o fim-de-semana. Como não sou vingativo deixo-lhe algo do bom e velho rock – em versão renovada.

Os dinossauros Saxon, juntaram-se a Lemmy Kilmister (Motorhead), Angry Anderson (Rose Tattoo) e Andi Deris (Helloween) para fazerem isto:



Não é novo, não é nada de original, mas estes gajos já andavam nisto andava eu a deixar as fraldas, portanto é bom saber que em Novembro de 2007 ainda eram vivos.

P.S. André se tiveres coragem posta lá essa treta do David Lee Roth no Geração Rasca que eu sou maluco mas ainda tenho alguns princípios - ou talvez não. ^^

Faixa 27 (busted)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Faixa 26 (macário correia dixit)

Fazendo contas rápidas, em 36 anos de vida fumei durante 18 anos, um empate técnico que resolvi quebrar em Dezembro de 2007, uma decisão que nada teve a ver com a nova Lei do Tabaco, antes uma decisão que já vinha a ponderar há uns anos mas que por vicissitudes várias – leia-se tive mais que fazer – fui adiando. Estou prestes a comemorar um mês sem cigarros e durante este tempo já aqui escrevi algumas palermices sobre a nova Lei. Não sou fundamentalista, quem me conhece sabe que sempre respeitei os não fumadores, mas não entrando em ideias idiotas de fazer comparações imbecis entre o que temos e o fascismo, digo apenas que se houve coisa em que esta Lei foi pródiga terá sido na criação definitiva de duas facções. Das duas uma, ou o tabaco é considerado uma droga, e é proibido como tal, acabando assim a magnífica percentagem que o Estado vai buscar a cada maço dos malditos, e em definitivo se toma uma decisão séria sobre o assunto; ou então tenham paciência, e reparem que esse grande modelo de democracia chamado Estados Unidos da América, onde todos os iluminados europeus foram beber a ideia, é também um dos países que continua a ter a pena de morte, que todos os anos consta dos países que estão na lista da Amnistia Internacional pela violação de direitos humanos, onde milhões de pessoas não têm acesso a um serviço nacional de saúde digno.
Deixei de fumar porque o meu trabalho e a quantidade de cigarros que consumia diariamente me estavam fazer definhar, e se não posso deixar de trabalhar posso deixar de fumar. E foi o que fiz, abdiquei pura e simplesmente, repeti vezes sem conta “Não fumarás” quando a ideia de fumar um cigarro me atravessava o espírito, repeti esta ordem mental vezes sem conta durante cerca de uma semana, e depois deixei de ter de a dar. Neste momento, um mês depois de ter deixado de fumar, eu não posso afirmar se algum dia voltarei a fumar, eu não me ausento de espaços em que alguém esteja a fumar, eu respeito fumadores e não fumadores como sempre o fiz e fui educado a fazer.
Num Portugal que tem tanta pressa neste momento em proibir, em educar pela força, em fazer gráficos de aproveitamento para funcionários públicos, o próximo ministro da Saúde – que não acredito seja ainda Correia de Campos – ou o próprio José Sócrates, vão certamente fazer um festim quando apresentarem números sobre a redução do número de fumadores no nosso país, e podem ter a certeza que esses números serão apresentados porque serão importantes, porque esses números só terão em conta o tabaco vendido no nosso país, porque não dirá quantos portugueses foram comprar tabaco a outros sítios – à Internet por exemplo.
Sempre acreditei que Portugal era um país tolerante, e acredito que volte a ser um dia, não acredito em leis que se fazem assim, onde o mesmo país que nos esmifra até à morte nos impostos, na saúde e até no livre arbítrio, quer-nos vivos mais tempo para nos poder esmifrar mais um pouco.

Faixa 25 (chamem-lhe parvo)

Ah e tal... Somos todos porreiros, recebemos toda a gente e tal, a festa foi de cinco estrelas e o camano, o gajo monta a tenda onde quer, e agora faz isto?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Bonus track (while my guitar gently weeps)

Esqueçam o rock, as rockalhadas, os reefs de guitarra bem afiambrada, os cabelos compridos e as calças justas, as gajas, boas, delineadas, com carnes q.b., mini-saias e mamas siliconadas, na medida do tempo. A cena passa-se em Praga num Dezembro acabadeiro, com a soturnidade de todos os meses passado, um frio cortante, regenerador, a depuração necessária para o ano que se avizinhava dali a uma mera meia-dúzia de dias. Praça Venceslau, o local de reunião dos checos em época de aflição, reivindicação ou celebração, não necessariamente o local mais belo de Praga mas certamente um dos mais emblemáticos, deixado para trás Franz Kafka, algures no castelo. E assim se encetava o caminho. Aqui e ali uma banca de vinho quente aromatizado com especiarias, o antídoto imprescindível para o frio cortante, a bebida mais reconfortante das invernias austeras. E nisto um afinar de ouvido, enquanto a subida, agora já perto do Museu Nacional, se intensificava. Seria? Era mesmo? Mas será que estes gajos estão a ouvir aquilo que eu penso que estão a ouvir? Mais uma apuradela de ouvido. Era mesmo. E agora a inevitável foto. Vá. Ponham-se lá os dois. Um checo ocupava uma parte da montra. Uma fotografia primeiro. Uns minutos depois, foi-se o checo. Ah bom, agora sim. E pronto. Foto tirada, enquanto, cá fora, soavam os acordes e a voz potente de Ana Moura. Esqueçam o rock, dizia eu. Em cada metaleiro ecoam os acordes tristonhos da guitarra portuguesa.

foto: minha

O metaleiro está na Curva da Estrada. Aqui têm a Leonor.

Faixa 23 (infinito em um)

O melhor albúm de tributo alguma vez gravado para um sonhador.



Cover: The Campaign to Save Darfur, 2007, Warner Brothers

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Faixa 22 (ópera do malandro)

Local: Livramento, Azueira - Mafra
Data: Dezembro de 2007
Campeonato Distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Lisboa
Sporting do Livramento 0 - Santa Iria 1

Ele há coisas que de tão graves que são dão vontade de rir, deixo-vos as declarações de um treinador desgostoso, alegadamente roubado, e muito paciente:

Perdemos com uma grande penalidade escandalosa que, inclusive, nem a assistência nem os jogadores adversários queriam acreditar como é que tinham marcado aquilo.
O árbitro mostrou um cartão amarelo a um jogador nosso e a seguir reconheceu que errou, pedindo-lhe desculpa, mas mesmo assim manteve o cartão. Chamou os jogadores do Santa Iria pelos próprios nomes e até os ajudava a levantar do chão; ouvi até o fiscal-de-linha a dar dicas aos jogadores deles tipo, mete a bola na cabeça daquele jogador que ele faz golo.
Expulsou-nos seis jogadores, entre os quais os três guarda-redes, e no final ainda chamou a GNR. Os agentes da autoridade eram mais que a assistência no campo e, para cúmulo, no final, o meu clube ainda recebeu 250 euros de conta para pagar por causa desse reforço que foi pedido.


João Lourenço – Treinador do Sporting Clube do Livramento em declarações à Rádio do Concelho de Mafra

Palavras para quê…

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Faixa 21 (o meu calhau é maior que o teu)

Depois de um fim-de-semana de descanso e meditação aprofundada sobre as razões que levam dois jogadores de bola a insultarem-se mutuamente diante de uma dezena de câmaras de TV, está na altura de cumprir o prometido, revelando ao mundo o que é afinal o “calhau”.
Antes de mais é preciso dizer que Mafra é uma terra de algumas lendas, as maiores sempre tiveram sobre a terra uma carga depreciativa:
- És de Mafra? A terra dos ratos!!!
- Mafra??? Fiz lá a tropa!
- Puta-que-pariu a Mafra, quando lá tive de ir para entrar no inferno saí na estação de comboios de Mafra e tive de andar uns sete quilómetros a pé para lá chegar!
Esclarecendo, Mafra não é uma cidade onde se “aterre” a 40 quilómetros do centro da metrópole, nem é uma cidade sequer, mas é verdade que durante anos muitos foram os mancebos cuja primeira praxe enquanto militares foi esta, a estação de comboios de Mafra não fica de facto em Mafra, fica antes em Mafra-Gare, ou Estação de Mafra, como aparecia nos horários dos comboios há uns 50 anos, e é verdade que dista uns bons sete quilómetros da Mafra verdadeira. Num tempo em que os carros não eram sequer um luxo ainda, está bom de ver a quantidade de gente que o primeiro contacto que teve com Mafra foi uma caminhada.
Também é verdade que nos anos 40 do século passado nasceu a lenda dos ratos de Mafra, ratazanas tão grandes como cães, tão ferozes como leões, tão violentas que comeram dois soldados da EPI (Escola Prática de Infantaria), roupas incluídas, que por azar caíram nos subterrâneos do Palácio-Convento. Durante anos muitos foram os relatos desses seres formidáveis que habitavam o nível inferior da obra de D. João V e uma das peças de engenharia mais notáveis do Palácio, uma rede de subterrâneos que era também uma mega-conduta de abastecimento e transporte de água, numa altura em que as redes de água canalizada eram apenas uma miragem. Hoje já quase caiu no esquecimento mas durante anos foi um cartão-de-visita de Mafra.
Fazer a tropa em Mafra era frequente, a EPI como orgulhosa casa-mãe da Infantaria, chegou a receber turnos de 3 mil soldados (ou feijão-verde como a malta da terra lhes chamava). O quartel de Mafra tinha fama de ser duro, uma recruta em Mafra valia por dez noutro sítio qualquer, talvez por isso tenha nascido outra designação para a EPI – Entrada Para o Inferno.
Ora a EPI ocupa parte do Palácio Nacional de Mafra, as camaratas da “magalada” ficavam quase todas dentro do monumento, no verão não era mau mas no inverno muito frio se passou ali. Está bom de ver que os soldados, grande parte deles, não gostou da sua primeira passagem por Mafra, mas muitos deles ainda hoje cá voltam para fazer o regresso à casa onde se tornaram homens, e rapidamente trocaram o pomposo desígnio de Palácio Nacional de Mafra por outro menor mas de grande significado: Calhau.
Para as pessoas da terra é hoje o termo carinhoso para chamar ao monumento. Nos tempos em que a câmara municipal, o tribunal e a PSP também ali tinham as suas instalações era frequente ouvir-se: Tenho de ir ali ao calhau tratar de uma coisa (câmara municipal) ou, lá vai o gajo passar a noite ao calhau (PSP), ou ainda, malta amanhã temos festa no calhau (tribunal em dia de julgamento grande, tipo Padre Raposo).
Como se costuma dizer calhaus há muitos, mas como este só nós é que temos!



P.S. Para quem se interrogar sobre qual é a banda sonora desta faixa deixo-vos duas opções: Carmina Burana ou...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Faixa 20 (coisas de fim-de-semana)

Ano do Senhor: 1989
Local: Mafra
Denominação aproximada no Geomafra: Ali em frente ao “calhau”

Os programas de discos pedidos eram moda, ou melhor, eram um imperativo em qualquer rádio local que se preze. No caso de Mafra, entre as 17 e as 18 horas, eram servidos em doses industriais os pedidos da audiência. Enquanto novato no sector calhou-me em sorte – tipo tourada – os Discos Pedidos para a minha estreia no mundo radiofónico. Estávamos no final da era do vinil, dos pratos, dos leitores de cassetes, dos gravadores de fita, mas os gostos esses eram absolutamente refinados: Queria ouvir o José Malhoa com o 24 rosas; aiiiii pode ser o Trio Odemira com aquela da igreja; o Marco Paulo já alguém pediu?; Queria ouvir a nova da Joana… desculpe mas hoje já a pediram minha senhora, quer escolher outra? Ahhhh… pode ser uma ao vosso gosto – e neste momento fazia-se luz, acendiam-se os máximos, fazia-se alvoroço, corria-se em direcção à sala dos discos para arranjar aquilo que era o nosso prémio: AC/DC, Whitesnake, Ramones, Rui Veloso (que pouca gente pedia na altura) lá apareciam: E agora um pedido da Maria, directamente do Boco para os seus tios que hoje fazem 25 anos de casados e pimba, lá se fazia a festa. Olhando para trás eu reconheço que era uma coisa meio infantil mas foi o que foi e, felizmente, recebi poucas reclamações.
E lembrei-me hoje disto porque vi isto aqui no Corta-Fitas com a devida vénia ao João Villalobos. Os Ramones estão sempre no meu Top 10 devido a algumas coincidências, a maior delas ter ouvido uma música deles nos créditos finais do filme Pet Sematary, filmado a partir de um livro de Stephen King. Demorei ainda uns bons oito anos a encontrar a dita canção, ainda hoje quando a oiço a minha mulher, simpaticamente, acha que sou maluco (e se ela tem paciência), as minhas gatas escondem-se, bufando-me em protesto e eu lá volto uns bons 18 anos atrás no tempo.



P.S. Quem souber o que é o “calhau” faça favor de dizer.

Faixa 19 (notícias com Banda Sonora Visual)

Faixa 18 (notícias com Banda Sonora Original)


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Faixa 17 (fundamentalismos)

Que ninguém pense que a Lei do Tabaco é discriminatória dos direitos dos fumadores e das pessoas em geral. Reparem que há anos que os deficientes motores esperam que seja plenamente incorporada uma directiva comunitária que obriga os Estados da UE a dar o exemplo, eliminando as barreiras arquitectónicas dos edifícios públicos. Um deficiente motor em Portugal pode continuar a não conseguir entrar numa qualquer Repartição de Finanças, ou numa qualquer câmara municipal, mas nesta matéria da Lei do Tabaco está em igualdade: basta-lhe acender um cigarro em local proibido. Eles tinham de começar por algum lado, não é?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Faixa 16 (futurologia da treta)

Coisas que poderemos ler nos jornais na próxima semana:

1 - Elefante do Zoológico de Lisboa toca a sineta 20 vezes sem receber qualquer moeda só para denunciar fumador.

2 - Autocolantes esgotaram. Distícos para informar sobre a proibição de fumar nos estabelecimentos passam a ser imprimidos em folha de papel A4.

3 - Governo cria o programa Cigarro 100+. Jovens fumadores até aos 50 anos passam a ter desconto no IRS se forem multados mais de cem vezes por ano.

Faixa 15 (observando o mundo e os bufos)

Amanhã começa a festa deles. Por cá a nossa festa é mesmo esta.

Faixa 14 (pior que PC sem acentos...)

É certamente isto que vi aqui.

Faixa 13 (momentos Zen)

Primeira decisao de 2008 aqui do meu computador: Nao ha acentos para ninguem!
Quem diria que este daria em revolucionario.