É óbvio que uma coisa assim só podia trazer problemas aos Megadeth mas numa nação onde as simulações de afogamento são permitidas para interrogatório de prisioneiros; Guantanamo está logo ali ao lado; onde o facto de nunca ter existido a verdadeira e declarada razão para invadir o Iraque é rapidamente esquecida; onde as imagens da capa de um disco são alvo de preocupação mas por outro lado a difusão consentida de imagens do enforcamento de Saddam é tratada como um pequeno acidente onde os culpados, imagine-se, até são iraquianos; onde a maioria da população trabalha sem ter sequer o direito aos cuidados de saúde e onde uma eleição presidencial não é mais do que uma enorme angariação de fundos e de promessas de negócio feitas pelos futuros vencedores aos seus maiores e melhores apoiantes – leia-se quase toda a nata da economia americana -, com que direito podem criticar o que quer que seja?
Os Estados Unidos da América são um bom exemplo de algo que, em geral, rapidamente esquecemos. Muitas das coisas feitas por esse país nos últimos anos são dignas da mão e comando de uma outra figura histórica que, opinião minha - e de alguns cartoonistas espalhados pelo mundo -, se fosse americano, estaríamos bem tramados outra vez, um tal de Adolfo, lembram-se dele?
Cover: Megadeth - United Abominations, Maio de 2007
P.S. – Estranhamente, só cerca de nove meses depois do lançamento, alguém algures numa qualquer cadeira de uma sala enfiada no 30º andar de uma qualquer cidade, se chateou com o disco em questão. Presumo que tal como eu, alguém estivesse a dormir…
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