E afasta-se, sorrindo, enquanto o vento faz estremecer a sua écharpe clara e o reflexo da palha vermelha do chapéu lhe dá à pele crestada do rosto e do pescoço um tom luminoso e róseo de morango. Inclina-se, debruça-se sobre o parapeito da tolda para ver melhor. A aragem e o sol cingem-na numa onda de luz tão viva que seu vulto ligeiro, ondulando, quase confundindo-se com a cor das velas que sulcam o horizonte, dir-se-ia uma emanação da própria claridade matinal.
Augusto de Castro, As Mulheres e as Cidades, 1928
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