Vai ser lançada no dia 28 de Julho uma colectânea que é uma verdadeira pérola dos loucos anos 80 em Portugal. 'O Melhor do Pop/Rock Português (1980-1989)' vai buscar ao baú da memória algumas das grandes canções da altura. Fica aí o alinhamento, as memórias essas são as de cada um.
1 GNR Efectivamente 2 SÉTIMA LEGIÃO Por quem não esqueci 3 BAN Dias Atlânticos 4 HERÓIS DO MAR Só gosto de ti 5 ANTÓNIO VARIAÇÕES Canção de engate 6 LENA D'ÁGUA Tu aqui 7 MLER IF DADA L' amour va bien merci 8 RÁDIO MACAU Elevador da Glória 9 XUTOS & PONTAPÉS Não sou o único 10 PESTE & SIDA Paulinha 11 ALBATROZ O Júlio é um duro 12 RUI VELOSO O negro do rádio de pilhas 13 TRABALHADORES DO COMÉRCIO Tigres de Bengala 14 DELFINS Baía de Cascais 15 RADAR KADAFI Eu sei que não sou sincero 16 ANAMAR Feiabonita 17 GOLPE DE ESTADO REV 25
Tom Reynolds, escritor que eu desconhecia, foi-me apresentado pela Leonorque se deu ao trabalho de carregar com ele de Oxford até Portugal. Acho delicioso que alguém se lembre de fazer um livro com as canções mais detestáveis e depressivas - do ponto de vista do autor - que a indústria musical já ofereceu ao ouvinte. I Hate Myself and Want To Die é hilariante e depois de ver as 52 canções eleitas, dei comigo a pensar que Nick Cave e Leonard Cohen também iriam caber ali. Mas enfim, só pelo facto de lá estar a Celine Dion já era ponto a favor mas quando percebi que os Metallica com esse hino execrável chamado One constava das escolhas, fiquei fã. Voltarei a este tema um destes dias...
Têm estado na linha da frente de uma guerra surda entre editoras (máquinas de lucro) e artistas que acreditam que em primeiro lugar estão os fãs. Os Radiohead lançaram há três dias no Youtube o seu último videoclip. Um regresso aos anos 80 do século passado com tecnologia 3D do presente.
Pensar que em 1993 estes senhores passaram pela extinta SA (Sociedade Anónima), na Foz do Lizandro, Ericeira. Também por lá passou o Pedro Abrunhosa mas dos fracos não reza a história.
“Fechado para obras”. Foi o que me ocorreu há sete dias atrás quando tive de sair a correr aqui do espaço para me debruçar sobre outras questões mais urgentes. Ainda assim tive tempo de mandar duas centenas de músicas para dentro de um mp3 que me iria servir de companhia durante a ausência que agora termina. Numa eleição pouco democrática atirei para dentro do aparelho, sobretudo, músicas já minhas conhecidas. Assim começou um período em que só me vinha à cabeça um livro do Nick Hornby chamado High Fidelity, traduzido em português por Alta Fidelidade, e onde toda a história de encontros e desencontros gira em torno do Top 5 de qualquer coisa, seja de músicas seja de mulheres. Tendo empurrado para dentro deste walkman dos tempos modernos canções da minha preferência – e não tendo nada melhor para fazer durante alguns períodos – lá tive de mentalmente avançar para uma eleição. Viciada à partida, já que nomes como Bob Marley, Jack Johnson ou Gabriel O Pensador, não poderiam constar da lista final deste suposto Top metálico ainda me sobravam 187 músicas, de onde sai esta escolha que agora é apresentada. Resta dizer que a tarefa não foi fácil mas, quando estamos numa situação em que nada mais podemos fazer, senão esperar calmamente que, os minutos, horas e afins passem, em excesso de velocidade de preferência, tudo se torna mais claro e mais simples. Já dou comigo arrependido de ainda não ter mandado umas 500 musiquitas para dentro do dito.
1 – Nazareth – Hair of the Dog (estes senhores têm canções bem mais famosas como This Flight Tonight ou o ‘rock manso’ Love Hurts mas esta música de 1975 é um dos melhores cartões de visita para quem os quiser conhecer).
2 – Anthrax – Got the Time (incursões no trash-metal).
3 – Ted Nugent – Land of Thousand Dances (canção original de Chris Kenner, 1962, foi gravada por quase toda a gente nos anos 70 e 80. Entre as versões mais famosas está a de Wilson Pickett (1966), Ted Nugent (1981) e Tina Turner (1987).
4 – Dimmu Borgir – Metal Heart (canção original dos Accept, 1981, é aproveitada pelos nórdicos Dimmu Borgir em 1998 para homenagear a banda germânica).
5 – Iron Maiden – Phantom of the Opera (o original de 1980 ainda com a voz crua de Paul Di’Anno à frente da ‘dama de ferro’.
6 – Reel Big Fish – Revolution (escrito e editado por Tracy Chapman, esta cover editada em 2006 ficou melhor que o original).
7 – Sublime – No Woman No Cry (palavras para quê, a extinta banda californiana agarrou num original de Bob Marley e deu-lhe uma roupagem ska. Imperdível).
8 – U2 & Green Day – The Saints are Coming (uma colaboração extraordinariamente feliz).
9 – Rolling Stones – Under my Thumb (42 anos depois o original continua a ser o melhor).
10 – AC/DC – Back in Black (save the best for last e portanto eles aqui estão).
P.S. - Nos anos 80 um walkman era sinónimo de um leitor de cassetes onde as velhas crómio de 60 ou 90 minutos guardavam duas dezenas de canções. Hoje um mp3 de 4 Gigabytes consegue levar sem esforço cerca de duas mil músicas. Já cantava o Bob Dylan, The Times They Are a Changin'.