terça-feira, 1 de julho de 2008

Faixa 152 (walkman do presente)

“Fechado para obras”. Foi o que me ocorreu há sete dias atrás quando tive de sair a correr aqui do espaço para me debruçar sobre outras questões mais urgentes. Ainda assim tive tempo de mandar duas centenas de músicas para dentro de um mp3 que me iria servir de companhia durante a ausência que agora termina. Numa eleição pouco democrática atirei para dentro do aparelho, sobretudo, músicas já minhas conhecidas. Assim começou um período em que só me vinha à cabeça um livro do Nick Hornby chamado High Fidelity, traduzido em português por Alta Fidelidade, e onde toda a história de encontros e desencontros gira em torno do Top 5 de qualquer coisa, seja de músicas seja de mulheres.
Tendo empurrado para dentro deste walkman dos tempos modernos canções da minha preferência – e não tendo nada melhor para fazer durante alguns períodos – lá tive de mentalmente avançar para uma eleição. Viciada à partida, já que nomes como Bob Marley, Jack Johnson ou Gabriel O Pensador, não poderiam constar da lista final deste suposto Top metálico ainda me sobravam 187 músicas, de onde sai esta escolha que agora é apresentada.
Resta dizer que a tarefa não foi fácil mas, quando estamos numa situação em que nada mais podemos fazer, senão esperar calmamente que, os minutos, horas e afins passem, em excesso de velocidade de preferência, tudo se torna mais claro e mais simples. Já dou comigo arrependido de ainda não ter mandado umas 500 musiquitas para dentro do dito.

1 – Nazareth – Hair of the Dog (estes senhores têm canções bem mais famosas como This Flight Tonight ou o ‘rock manso’ Love Hurts mas esta música de 1975 é um dos melhores cartões de visita para quem os quiser conhecer).



2 – Anthrax – Got the Time (incursões no trash-metal).

3 – Ted Nugent – Land of Thousand Dances (canção original de Chris Kenner, 1962, foi gravada por quase toda a gente nos anos 70 e 80. Entre as versões mais famosas está a de Wilson Pickett (1966), Ted Nugent (1981) e Tina Turner (1987).

4 – Dimmu Borgir – Metal Heart (canção original dos Accept, 1981, é aproveitada pelos nórdicos Dimmu Borgir em 1998 para homenagear a banda germânica).

5 – Iron Maiden – Phantom of the Opera (o original de 1980 ainda com a voz crua de Paul Di’Anno à frente da ‘dama de ferro’.

6 – Reel Big Fish – Revolution (escrito e editado por Tracy Chapman, esta cover editada em 2006 ficou melhor que o original).

7 – Sublime – No Woman No Cry (palavras para quê, a extinta banda californiana agarrou num original de Bob Marley e deu-lhe uma roupagem ska. Imperdível).

8 – U2 & Green Day – The Saints are Coming (uma colaboração extraordinariamente feliz).

9 – Rolling Stones – Under my Thumb (42 anos depois o original continua a ser o melhor).

10 – AC/DC – Back in Black (save the best for last e portanto eles aqui estão).

P.S. - Nos anos 80 um walkman era sinónimo de um leitor de cassetes onde as velhas crómio de 60 ou 90 minutos guardavam duas dezenas de canções. Hoje um mp3 de 4 Gigabytes consegue levar sem esforço cerca de duas mil músicas. Já cantava o Bob Dylan, The Times They Are a Changin'.

1 comentário:

fantasma disse...

E que pesadinho era o Walkman comparado com o mp3 com as suas toneladas de músicas. O "Homem que Anda" :)
Lembro-me bem desse livro do Nick Hornby.