terça-feira, 18 de novembro de 2008

Faixa 232 (Claques Futebol Clube)

Presumo que durante uns anos largos tenha andado tudo a dormir porque, nos últimos dias, a malta tem andado com o 'credo' na boca, dada a extensão dos negócios dos No Name Boys. A malta, em geral, tende a esquecer-se de meia dúzia de coisas, muitas delas importantes, e que ultrapassam as cores clubísticas, a saber:

1 - Todos os clubes apoiaram, e continuaram a apoiar as suas claques, independentemente delas se terem tornados ilegais ou o raio que as parta.
2 - No Name Boys, Super-Dragões, Juve Leo e afins sempre foram um antro para a banditagem e terrorismo urbano, basta ver os confrontos à porta, de entrada ou de saída, de cada clássico, basta ver o estado em que ficam as estações de serviço por onde essa praga de gafanhotos passa quando se desloca para um campo, neste caso cultivado com futebol.
3 - Gente que vê futebol de cara tapada devia no imediato ser expulsa dos estádios. Eu que sei que sou feio, mas não me tapo para ver um jogo de futebol.
4 - Quando a polícia conseguir explicar como é que, sendo proibidos os very-ligths, eles continuam a entrar nos estádios estará meio caminho andado para deslindar o mistério das claques.
5 - Os responsáveis de clubes de futebol que permitem a existência destes hooligans debaixo das suas bancadas ou em anexos em obras deviam ser severamente punidos.
6 - De acordo com as notícias de há uns meses, o líder dos Super-Dragões, que alegadamente nem emprego tinha, conduzia um bólide de marca Porsche - se não me engano - e só agora é que toda a gente percebeu que as claques não são mais do que isto?

Tenho a sorte de ser de um tempo em que ser benfiquista era levar os filhos ao Estádio da Luz e sentir segurança. Uma das melhores memórias que guardo foi passada encostado ao gradeamento do Segundo Anel da velha Luz, a assistir ao Benfica - Universidade Craiova (Roménia) para a Taça dos Campeões. Do alto dos meus 6 anos recordo um estádio com 120 mil pessoas a vibrar, recordo subir e descer as escadas com os pés no ar dada a massa humana, recordo os braços no ar e a alegria de me levarem à bola. Não me recordo dos No Name, dos Diabos Vermelhos ou de quem quer que seja. Só me recordo de um tempo em que um pai levar um filho à bola era seguro e, para mim, as claques são o ponto final neste sonho.

2 comentários:

fantasma disse...

Não me resta senão aplaudir.
Muito bem dito.

Peter of Pan disse...

"Disconcordo". Sou completamente a favor das claques. O problema é que, em Portugal, elas não existem. Só existe canalhada.