quinta-feira, 6 de março de 2008

Faixa 69 (coisas de época IV)

Caminhámos juntos, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Esqueço-me de onde estamos, ou de quando foi. Depois tu aproximaste-te, fizeste-me uma festa no cabelo e pegaste-me na mão; eu sei que me estavas a agarrar na mão e a falar comigo docemente. De súbito tive a sensação de que tudo estava como deveria e nada podia ser acrescentado a esta felicidade ou satisfação. Isto era tudo o que existia, e tudo o que poderia existir. O melhor de tudo tinha-se acumulado neste momento. Só podia ser amor.

Hanif Kureishi, Intimidade, 1998

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