segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Faixa 12 (coincidência é o que é)

Não gosto de finais de ano, o dia 31 de Dezembro fica habitualmente marcado pela hipocrisia dos votos para um novo ano: "Paz no Mundo", "Saúde para todos", "Felicidade para o Universo" e bla bla bla, mais bla menos bla, é isto.
Como todos os momentos devem ter uma banda sonora deixo-vos quatro propostas: a primeira por razões óbvias podem colocar a tocar à meia-noite em ponto. A segunda é uma viagem a um disco que deu em livro e vice-versa e, finalmente, as duas últimas são amostras de que há vida para lá dos dinossauros.

Com AC/DC (obrigatório... até pelas badaladas), The Red Elvisses (o Kaminer é um grande maluco), System of a Down (mistura de grandes coisas que renovam o género) e os Arcade Fire (incontornáveis neste ano) se faz um até já.



sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Faixa 11 (gajos de barbas só podem ser sábios)

Caros amigos, lá se vai 2007. Mais um ano que se passou a correr sem o Benfica ser campeão, sem os AC/DC passarem por cá, sem grandes motivos de orgulho quanto ao estado da Nação – e não, não acho que fazer boa figura na Europa com tantos problemas internos para resolver seja motivo de orgulho quanto aos tão “megafonificados” dotes do nosso Primeiro enquanto líder do Conselho Europeu.
Mas vamos lá ao que interessa, como as ideias idiotas surgem em qualquer altura, esta ocorreu-me depois de saber que pela enésima vez lá vem mais um aumento nas taxas de juro para quem tem crédito à habitação – e não é filho, nem amigo, nem amigo de um amigo, nem amigo de um amigo que tem um amigo que é amigo (eu sei, já chega)… de um certo jardineiro da nossa banca.
Será possível que um disco contenha mensagens proféticas sobre os nossos dias depois de gravado há já 24 anos? É sim senhor – digo eu.
Eliminator dos norte-americanos ZZ Top é profético na sua quase totalidade, senão reparem:

1 – O que poderá ter cantado ao seu chefe um político na altura de lhe entregar um cheque tipo eu-também-gostava-de-viajar-à-borla? Gimme all your lovin
2 – O que terá dito Mário Lino a Nunes Correia depois das polémicas declarações do ministro do Ambiente sobre a novela aeroporto: Got Me Under Pressure
3 – O que qualquer um de nós gostaria de dizer depois de ver os números do Totoloto: I Got the Six
4 – O principal atributo de Soraia Chaves no acabadinho de estrear “Call Girl”: Legs
5 – O que chamar interiormente a quem decide aumentar tudo, ou quase, acima dos 2,5 por cento (e estou a ser simpático) e só admite aumentos de ordenados de 2,1 por cento: Dirty Dog
6 – Coisas que à partida não se dirão a uma certa ministra da Cultura: I Need You Tonight

Menu Interactivo:
7 –Quem, no actual Governo, merece o epíteto carinhoso de Bad Girl pelos serviços prestados a uma área tão distinta como é a da Educação?
8 – Quem é o Sharp Dressed Man da nossa política que gosta de telepontos, sapatos Prada e que teria, eventualmente, dificuldade em ler Sharp Dressed Man sem se engasgar? (tecnicamente falando como é óbvio).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Faixa 10 (afinal havia outro)

Está revelado o 11º Mandamento:

NÃO FUMARÁS

Aplicações práticas:

Versão ASAE - NÃO FUMARÁS mais chouriços, salpicões, paínhos e afins.

Versão OMS - NÃO FUMARÁS porque te faz mal.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Faixa 9 (quem são os gajos que estão ali a tocar ao lado do Eddie?)

Foi difícil mas cá estou de regresso. Preso entre umas voltas kafkianas e as inevitáveis compras natalícias, o tempo voou depressa de mais.
Enfim… retomando… coisas que se ouvem ao telefone: “Olha lá foste falar daqueles Judas Priest e nem te dignaste ainda a falar sobre a maior banda de metal do Mundo… Quem? Pergunto eu - ignorante como sempre. Os Iron Maiden phone-ix (tradução liberal e pelos vistos aceite para um impropério antigo mas que é agora nome porreiro - sem pá - para operadora de telemóveis cá no burgo). Terminada a chamada e depois de me chamarem alguns nomes mais - que não sendo de operadora de telemóveis não me atrevo a reproduzir - lá tive de me vergar perante as evidências. Os Iron Maiden são de facto uma das maiores bandas da cena do New Wave of British Heavy Metal, têm atrás de si uma das mais bonitas histórias de êxito no meio (o facto do Ed Harris ter um bar no Algarve nada tem a ver com isto), digressões gigantescas, milhões de pessoas, e o Eddie… Digam-me o que disserem, estou convicto que o Eddie é o verdadeiro motor do fenómeno Iron Maiden, caramba, depois de quase duas dezenas de discos editados, a única constante é ele, um boneco criado para fazer explodir um novo conceito musical que só encontra paralelo na junção Coca-Cola/Pai Natal.
Razão tem o meu amigo, os Iron Maiden são uns verdadeiros dinossauros neste meio, venha lá quem vier enquanto tiverem o Eddie do lado deles, ninguém os bate.



P.S. Eu bem sei que o tempo é de Natal mas cá está um belo exemplo de como o Eddie é os Iron Maiden.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Faixa 8 (...)

Como não podia deixar de ser, embora jovem este é um blogue que leva muito a sério a "silly season" da quadra que estamos a atravessar, portanto como diria o José Cid (i'll be crucified for this): "Adeus Adeus Adeus Adeus" (quem souber línguas e outras formas de comunicação mais símias (tipo declaração de amor cidiana: como o macaco gosta de banana, eu gosto de ti) percebe logo, quem não souber google it).
Acima de tudo um feliz Natal para todos!


Pretty Maids - A Merry Jingle

Faixa 7 (Coisas Estranhas - Parte I)

O maior solo de moto-serra alguma vez ouvido numa música.


Jackyl - The Lumberjack

Faixa 6 (Coincidências)

Querem saber qual a principal vantagem de se crescer na “minha”província? A proximidade ao mar, estar perto de uma Ericeira fabulosa onde as férias de Verão nunca pareciam suficientes para aproveitar, respirar aquele ar carregado de maresia, um cheiro tão particular que só consegui encontrar num outro local em Portugal, no Cabo Sardão.
Em 1987 a Ericeira era um mundo à parte, a Ericeira era o mundo. Caídos de todos os cantos do planeta ali “desembarcavam” surfistas vindos de tudo quanto era continente, ainda hoje, a par do futebol o surf é a modalidade que mais mexe aquela vila. Foi nessa altura que, um dia estava dentro de água e olhei para o lado e lá estava ele, um miúdo de sete anos enfrentava as ondas da Moita como qualquer “adulto” de 16. O “Saca” foi imediatamente adoptado por uma região inteira de surfistas, era absolutamente incrível ver aquele miúdo fazer tudo o que fazíamos só que melhor.
Os anos passaram, depois de um acidente nos Coxos, deixei o surf na gaveta mas devido ao meu trabalho fui acompanhando o “Saca”. Campeão Nacional, Campeão Europeu, Melhor Surfista Português de Todos os Tempos, primeiro português a vencer uma etapa do mundial de surf de pontuação máxima… enfim, se o “Saca” algum dia tiver de apresentar o seu currículo a alguém é bom que esse alguém tenha tempo disponível.
“Ah e tal, e essa história tem alguma coisa a ver com esta coisa a que chamas blogue?” Talvez não talvez sim. O “Saca” cujo nome é Tiago Pires alcançou há duas semanas um sonho de uma vida, conseguiu entrar numa coisa chamada WCT, um Campeonato Mundial de Surf onde só entram os 44 melhores surfistas à escala planetária. Histórico, digo eu. Silêncio, disse a imprensa nacional.
Uma pena portanto. Mas no início de 2008 querem apostar que eles se vão lembrar?
Coincidência ou não, quando me lembrei disto veio-me imediatamente à cabeça uma capa de um velho disco, quando o fui buscar a coincidência completou-se: 1987.


Cover: Surfing with the alien - Joe Satriani

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Faixa 5 (a mais importante de todas)

Sinais de velhice: perder familiares, amigos e conhecidos a uma velocidade inversamente proporcional à nossa menor juventude. Infelizmente a quadra que estamos a atravessar é para mim sinónimo de recordação disto mesmo.
Nunca fui adepto do clube que diz: “Deus chama para junto de si os que mais ama” – se assim fosse, enquanto pecador “invertebrado”, eu teria de viver até aos 500 anos de idade (pelo menos). Mas sou adepto da amizade, de algo que nada explica cientificamente e que nos une a determinadas pessoas sem obrigações, sem pesos, só e apenas por amizade, por devoção, incansável, pura e sem egoísmo.
Esta faixa 5 é um memorial que nada tem a ver com “Os Anos do Metal”, tem sim uma relação com os muitos amigos que ao longo deste curto tempo da minha vida se foram embora. Um em especial merece destaque, qualquer pessoa que me veja vinda do “nada” e que me dá tudo o que tem, sem nunca pedir nada em troca, vale uma vida, vale muitas vidas, vale todas as vidas, e vale acima de tudo o que tento todos os dias fazer, fazer com que onde quer que esteja, nunca se arrependa dos sorrisos que me deu durante os poucos anos que tivemos de conhecimento.
A si, Fernando Barros, os meus agradecimentos pela eternidade, deixo-lhe isto porque sei que gostaria, não só no Natal mas todos os dias!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Faixa 4

É o número que habitualmente era sinónimo de um slow aka balada aka “rock manso”. Parecia que os tipos tinham contracto firmado com esta faixa.
Facto: por esta altura Mafra ficava a anos-luz de Lisboa, os 35 quilómetros eram feitos em cerca de hora e meia nas “camionetas do Sardinha”, se fosse quinta-feira havia que dividir o espaço disponível com as seis galinhas, três patos, dois coelhos e o limoeiro acabadinhos de comprar na feira da Malveira.
Viver na província era nesta altura verdadeiramente viver na província.
Mas pronto, acreditando que a faixa 4 é suposto ser romântica, vamos lá falar disso.
Nunca irão ouvir alguém de Mafra dizer que na sua meninice ia namorar para trás da igreja, se alguém o disser desconfiem porque em Mafra para se namorar atrás da igreja é preciso entrar para a tropa. Restava por isso o Jardim do Cerco, a quinta da Cerca (já desaparecida) e a escola primária (já desaparecida).
Por entre o inevitável Heaven do Bryan Adams, volta e meia ouvia-se Wasted Sunsets dos Deep Purple nas festinhas de garagem. É certo que Heaven é a balada de uma geração.
Pensei em ir à procura dessa música mas, embora aceite que essa canção marcou uma geração de namoros, se a ouvir mais uma vez que seja saio para a rua de faca na mão e vou-me vingar do Mundo, portanto, bom fim-de-semana.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Faixa 3

É caso para dizer que a faixa três é à vontade do freguês.
O bom e o mau.
Ano de Colheita: 1987
Motivo: Logo se vê

Razões pelas quais um gajo perdia tempo a ver programas de música na televisão:


Razões para odiar este som e entrar para um seminário:


Entre os Europe e Motley Crue nunca tive qualquer dúvida mas confesso que há um do David Lee Roth que é capaz de bater tudo aos pontos, tenho é de ver se o encontro. Se alguém souber do seu paradeiro, por favor, avise.

Faixa 2

Não sei se já repararam ou se concordam mas a faixa 2 da maior parte dos álbuns da época (meio do anos 70 até mil novecentos e troca o passo) era por norma uma faixa fantasma. Eram muito raros os discos que traziam uma faixa dois bestialmente pujante – ainda hoje esta norma permanece, agarrem aí nos jornais do dia (por exemplo) e vejam o que é que a página dois lá traz.
Num tempo em que os Tops nacionais eram conquistados pelo “pimba” europeu um programa de rádio na Comercial de nome Rock em Stock mudava a face do país. Corrijam-me se a memória me atraiçoa: entre 1983/4 e 1987 (pelo menos) eram duas horas do “bom e novo rock” que entre as 16 e as 18 horas mostravam o que de mais novo havia neste pedaço. Ali se estrearam muitos nomes do rock nacional pela mão de Luís Filipe Barros, ali surgiram muitos nomes que o passaram a ser depois de por ali passarem. Era sem dúvida um mundo diferente, sem internet, sem P2P, restava uma rádio nacional com duas horas dedicadas à coisa. Fruto deste trabalho, não tenho qualquer dúvida, muitas das rádios piratas surgidas na segunda metade dos anos oitenta ostentavam orgulhosas, pelo menos um programa, dedicado a este género musical. Outros tempos, tempos em que por exemplo, em Mafra uns jovens absolutamente malucos faziam experiências com um pequeno transmissor de FM a partir de um quarto dando origem à RJM (Rádio Jovem de Mafra), tempos em que a TSF (Telefonia Sem Fios) era também pirata e emitia para Lisboa com a sua antena metida num carro para mais facilmente poder fugir à polícia, dizia-me na altura um dos criadores deste projecto, João Canedo, que foi dos melhores tempos da sua vida.
Voltando à metáfora, se a Bimotor era a igreja mãe o Rock em Stock era a bíblia. Foi também neste contexto que bandas como os Xutos e Pontapés cresceram, com o Rock Rendez Vous e o Johnny Guitar como base, com o Rock em Stock como satélite e com toda uma pirataria radiofónica (por força da falta de legislação na época) a servir de repetidor. Se nunca ouviram então oiçam se conseguirem, Palmas Gang, dele mesmo Jorge Palma ao vivo no Johnny Guitar, com uma canção extraordinária “Portugal, Portugal”. O gang do Palma não era, felizmente, como aqueles que hoje vemos nas notícias a “limparem-se” uns aos outros, era o Zé Pedro, o Flak, o Kalu e o Alex, ou seja, uma deliciosa desbunda entre Xutos e Palma que deu um disco histórico gravado ao vivo em 1993. É uma daquelas relíquias que quem tem guarda religiosamente.
Jorge Palma continua a ser hoje um dos nossos grandes escritores de canções e há uns dias no youtube descobri uma gravação recente feita na estação de metro do Cais do Sodré, a 20 de Setembro, e que serviu para comemorar a Semana Europeia da Mobilidade. Quatorze anos depois continua a ser um prazer ouvir “Ai Portugal Portugal”, se for a primeira vez que ouvem percam um bocadinho porque garanto que vale a pena.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Faixa 1

O ano de 1980 foi de facto um período bem feliz na produção roqueira mundial. Se fosse vinho dir-se-ia de boa colheita.
Nem vale a pena gastar caracteres aqui para dizer que o mundo sem música não existia e bla bla, aliás, tenho a certeza que qualquer pessoa tem no seu “sistema operativo interno” AQUELA música, ou AQUELE disco, uma escolha tão pessoal que só faz sentido para si próprio.
No caso em análise, o meu, depois de muita ponderação sobre centenas de discos e alguns milhares de músicas – ontem à noite só me vinha à cabeça o livro Alta Fidelidade de Nick Hornby, vá-se lá saber – cheguei à conclusão que se tivesse de eleger um disco que fosse um símbolo naquilo a que se convencionou chamar Hard Rock, ele teria, obviamente, de ser Back in Black dos AC/DC, esse é o meu número 1.
Caramba, um puto acabado de sair do ciclo (nesta era de modernidade também conhecido como EB 2,3) entra no mundo dos grandes (leia-se liceu) e tem a sorte de ser vizinho de dois roqueiros dos quatro costados que andavam metidos naquilo a que na altura se chamava “Sonora”, os intervalos do velho liceu de Mafra eram coisa fina: David Bowie com o seu Ziggy Stardust, The Doors com o emblemático Roadhouse Blues e… ah pois… AC/DC com esse magnífico Back in Black. Muito mais se passava ali, mas se por acaso encontrarem alguém aí na casa dos 40 anos de idade que lá tenha andado, vão receber a mesma resposta no que toca a recordações. Não vos saberei explicar mas a emoção de apontar a agulha do velho prato Technics para fazer soar aquelas canções fizeram-me entrar na pré-adultice com outra confiança. Back in Black, Shoot to Thrill, You Shook Me All Night Long e Hells Bells são ainda hoje canções de culto, daquelas que tempo algum poderá apagar. Não sei porquê mas tendo em conta que o disco vendeu até hoje mais de 40 milhões de cópias em todo o Mundo, desconfio que haverá mais gente a pensar como eu.

P.S. Por esta altura nas rádios imperava aquilo a que se chamou a “música de pastilha elástica”, mastiga e deita fora. No número um do Top Nacional de vendas estava uma coisa execrável, também conhecida por “música de carrinhos de choque”, VideoKids com esse grande êxito “Woodpeckers from Space”. Benditos AC/DC…

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Prelúdio

Enquanto tipo que vai para velho lembrei-me há uns tempos da minha idade da inocência, uma geração pré-Rasca, que nasceu pouco antes da Revolução dos Cravos, que usufruiu da liberdade conquistada sem ter grandes recordações do "antes", do "botas", "do tempo da velha senhora".
Em tempo de liberdade absoluta - pelo menos assim o pensava - a liberdade de ouvir e descobrir sonoridades foi um dado adquirido. Ao lado dos Beatles, de Zeca Afonso, Manuel Freire ou José Mário Branco, descobria no início dos anos 80 do século passado o Heavy Metal, o Hard FM, o Glam Rock e afins.
A vida é assim mesmo, as épocas ficam na memória por aquilo que foram. Não há muito tempo discutia com um bloguer uma ideia, a de fazer um blogue onde fosse buscar as histórias, as capas de discos, as músicas que marcaram um determinado período da minha existência, depois de meia-dúzia de capas e músicas cheguei a duas conclusões: "Credo, que esta gente vestia-se com couro do pior" e "foi divertido", ou pelo menos há 25 anos era.
Para abrir esta contenda só poderia chamar à liça o meu início de descoberta. Em 1983 um amigo de um irmão lembrou-se de me meter a ouvir "o som do diabo", saído em 1980 o albúm dos Judas Priest, "British Steel" era uma amostra viciante daquilo que era um novo mundo, Rob Halford comandava um grupo de tropas metaleiras que estava dentro da nova onda do rock pesado vindo das terras de Sua Majestade. Ao som de Metal Gods descobri o gosto pela coisa, mas demorou um pouco mais a oportunidade de comprar um disco dos ditos - por esta altura a cassete era rainha e nas feiras mandava a Tonicha e o Marco Paulo (...pois).
Recordações da época: a cassete do Ob-la-di Ob-la-da dos Beatles tinha um gajo sentado numa daquelas motas americanas na capa (cassete pirata de feira e está tudo dito), todos os anos eram editados Polystar e Jackpot, vinis que traziam as últimas das últimas dos sucessos do momento - tenham em consideração que o E-Mule era nem sequer uma miragem, aliás, os computadores pessoais eram uma miragem com os Spectrum 48k a darem os primeiros passos, e que quem podia se dirigia à sua igreja mãe, leia-se Bimotor, nos Restauradores, local de culto para quem queria arranjar discos que só cá chegavam por importação e nunca, nunca, a "NICE-PRICE".
Assim começou e logo se vê onde vai acabar.


Cover: Judas Priest - British Steel, 1980